Páginas

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Proibido

E se eu falo só de mim, eu sou egoísta; se falo só dos outros, fofoqueira.

Bom, o meu plano é apenas infantil... Mas quem aguenta infantilidade dos outros, não? É tão fácil cortar contatos, escolher o bom do ruim. Se eu conseguisse ser assim, levantaria as mãos aos céus.

É verdade, meu plano infantil perturba as pessoas. Então terei que me acostumar a fazer sozinha. Eu não olho por ninguém e ninguém olha por mim, simples assim. Não posso exteriorizar o que por dentro já o é. Não me é permitido.

Ah, eu só queria... É difícil dizer.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Queria poder...

Que dia quente...

Queria poder sair, me sentir livre. Queria poder andar e não sentir medo por estar num lugar desconhecido. Queria poder saber jogar conversa fora. Queria conseguir colocar o que sinto para fora.

Queria não segurar tanto as coisas, mas para isso preciso saber articular falas e ter pessoas dispostas a ouvir meus churumelos.

Quase liguei para minha mãe chorando, como última opção. Mas não liguei.

Queria ser algo na vida de alguém, mas sou passiva ao extremo.
Eu estar aqui, e não estar são praticamente a mesma coisa. Só uma figura a mais sentada num canto, esperando o tempo passar...

Ou alguém chegar.

Alguém que me atravesse, que cruze seu caminho com o meu. E que só queira estar perto, nada mais. Mas isso é jogar responsabilidade demais para cima de alguém.

Então continuo, como boa cidadã-fantasma nesse árido deserto de pessoas.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Inutilmente

A cachaça não me serviu. Deveria ter comprado outra coisa. Deveria ter usado o dinheiro para comprar um colchão inflável e me mandar, mas não me mandei.

Ter chorado aquele dia me fez bem, ao que parece. Estou conseguindo, fracamente, manter-me nas rédeas, para não chamar a atenção da sociedade. Preciso fazer o que possível para me sentir um téco de bem, mesmo não me sentindo, mesmo havendo um buraco. Eu sei que vai passar, mas a primeira temporada é árdua.

Eu disse que ia tentar, mas meu mau humor não deixou.
Você disse que queria ser dois, mas não me escolheu.
Mas eu também não quero que seja você. Não, eu vou me segurar, uma parte não te quer.
Tudo bem que pode ser a parte fingidora, mas não.

O drama me serve bem, obrigada.

domingo, 15 de novembro de 2009

Vou ali comprar uma cachaça.
Já volto.

Sexta feira, 13 de novembro, 03:30

"Eu não estou bêbada
Lembrarei disso ao amanhecer"

sábado, 14 de novembro de 2009

A caminho

Foi divertido. Pensei que seria nesta hora que eu choraria, gritaria e me desesperaria por você, mas inesperadamente foi o momento em que minha mente pode finalmente ter um pouco de paz.

---

No caminho, pensei no quanto fui burra em acreditar que você queria a minha atenção, que queria ser salvo por mim. Haha, que patético.

Patético também é eu querer me perder pelo mundo, quando nem consigo por o pé fora de casa. Eu não queria estar aqui. Eu não queria ter que ver isto, ter que conviver com isto.

Eu quero apagá-lo.

Mas ao mesmo tempo não quero isso. Quero apenas estar ao seu lado. Mas isso é por demais doloroso. E como eu sei que o fim está próximo, teimo em me humilhar, pois de certa forma não quero que o fim chegue.

E então, no meu choro você me diz palavras bonitas. Mas eu sei, eu sei que isto é apenas uma tática para eu parar de chorar. Pois você já disse que falar certas coisas é muito mais fácil. Queria que elas fossem verdade.

Pensar em você tem-me sido demasiado exaustivo. Meu coração parece não suportar as suas saídas e ausências. E se é para me machucar, farei isso até sangrar. Quem sabe alguma vez na vida algo que eu desejo se realize.

No metrô, meu coração palpitou. Pensei, pensei, vi o metrô chegando. Só um passo. O último passo.

Estou cansada.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Folha em branco

O leve balanço da cortina
Traz a tranquilidade perdida
O suave vento que carrega a expectativa das pessoas
Está por aí, expectador do mundo, fazendo das suas façanhas invisíveis
A parede branca mostra tudo o que poderia ter sido

E que não foi.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Itami, kanashimi to ikari

Minha cabeça está o caos. Será que ele entende tão pouco de assuntos humanos? Não, isso tem mais a ver com preguiça de pensar nos outros e egocêntrismo, o que no fundo são características inerentes a qualquer um de nós.

No primeiro momento, mesmo chocada, o estouro não vinha como o prometido. Apenas pensava na coisa, e meu peito borbulhava, querendo mostrar a resposta que eu realmente queria. Ah, mas no segundo momento... Como eu chorei. Mas mesmo assim, não do jeito que eu gostaria de chorar. O que eu queria é poder gritar, gritar bem alto, para aliviar o meu coração. Mas só isso não bastaria, pois teria que fazer isso a cada vez que pensasse na coisa. E, Deus, como dói.

E como é contraditório. Eu acreditava não estar sendo feliz, mas mesmo assim me sentia dentro de uma bolha de singular agradabilidade. Tento responder a isso como sendo apego. Se não for apego, o que é? Tenho mais duas tentativas. Ou é amor, ou é o sentimento de ser deixada para trás. E, ah, como esse último me incomoda. É como tocar na minha ferida.

Eu realmente não tenho ninguém por perto. Ninguém. Você, na sua bolha de camarada, engana. O seu par fixo era eu. Mesmo conversando de roda em roda, eu gostava de ser a única a sempre estar com você. Como vai ser difícil te encontrar por aqueles corredores. Para mim, vai. Para você, não. Era sempre eu quem achava o "Wally".

Eu sei que você não sabe das minhas coisas. E aqui vai mais uma: como eu me desesperei ficando quieta, esperando que você conversasse comigo. Como eu esperei. E imaginar que enquanto eu esperava, você... Eu não sei como você não vê que é agonizante. Mas tá, isso agora não é mais problema seu.

Aliás, nunca foi.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Estupor de verão

Queria poder escrever algo... Mas ando sem idéias e emoções. Sempre pensei que poderia escrever algo, mesmo sem saber o que seria: uma música, um poema, um livro, uma história... Olhando para o vazio tento perpassar coisas que seriam de alguma utilidade, mas nada encontro.

Mas de algum modo penso nessa divisão de coisas, o ruim e o bom, o útil e o inútil. Quando compramos uma coisa sempre queremos que ela seja perfeita, ignoramos o feio, o imperfeito. Eu faço isso, mesmo me considerando uma inútil. Acho que deve ser por isso que sou uma excluída rs. As pessoas também ignoram o que não lhes é útil em relação a pessoas. Ah, mas eu também estou fazendo isso. Não sei, não sei.

O que eu quero, o que eu tanto quero expressar... Não consegue tomar forma e vir a este mundo. E meu peito fica tão cheio e tão frustrado com isso... Eu queria poder explodir de alguma forma. Queria poder descobrir como me libertar e o qual é a coisa que apenas eu posso fazer. Mas para isso tenho que tentar de tudo, e tudo é uma palavra muito assustadora... Começar é uma palavra igual também. Pior ainda é terminar.

Fazendo ou não fazendo... Há coisas irremediáveis que precisamos fazer. E os dias continuam a seguir, quentes e infutíferos.