Páginas

domingo, 20 de dezembro de 2009

Quentura

Hoje reparei que as minhas bochechas, costumeiramente cor-de-rosa estão parecendo sardas. Efeito do sol. Ou talvez seja um leve efeito do que está por vir.

Fogo trás destruição.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Uma pedra no meio do caminho

E eu vou me calar. Não vou dizer nada. Tudo o que eu fui e o que queria ser serão incógnitas. Ninguém é detetive de ninguém. É tão fácil manipular as pessoas. É tão fácil manipular a si mesmo. Quando você é o manipulador e o manipulado ao mesmo tempo, tudo muda de figura. Você não sabe o que é, nem o que quer ser. Não sabe aonde quer chegar. E com isso não consegue sair do lugar, fica preso, estático. Pessoas passando por você. Desejos que não sabe se são naturais ou artificiais. Contradições insolúveis. Fluxogramas sem as condições. Um redemoinho na cabeça, e uma dor no peito. Necessidade de alguém. Necessidade de alguém só para mim. Necessidade de conforto, de amparo. Quem ou o quê conseguiria injetar calor e vida nessa pessoa? Quem é que vai prestar atenção numa estátua viva?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cenário

Queria escrever alguma coisa, eu tenho algo a escrever? Sobre o que divagar?
No meu cotidiano, ando muito de ônibus, e gosto disso. Observar a paisagem e tentar me familiarizar com o ambiente que frequentarei durante alguns anos. Decorar como fazer para descer em algum ponto de interesse.
Mas esse ambiente de transporte público também me deixa mal, pelo motivo de ver o quão cinza a cidade e as pessoas que a habitam estão. Vejo os rostos delas: fechados, individuais. Não há o menor sinal de alegria, só o cansaço de ir e voltar do trabalho, o cansaço dessa rotina angustiante a que somos forçados para sobreviver.
Vejo dos mais variados tipos: aquele que lê a bíblia e mesmo assim joga lixo pela janela; os caras que não querem saber de nada e impõem seu gosto musical para todos os outros passageiros; os mortos de cansaço que encostam e dormem a viagem toda; aqueles a quem eu fico escutando a conversa e penso: que boa pessoa!
Muitas vezes eu penso como seria se todos se conhecessem: é uma idéia meio bizarra, mas sinto como se estivéssemos perdendo algo, e nem sei explicar direito o que eu quero dizer.
Só sei que ver as pessoas passando umas pelas outras, estranhas a si mesmas, é algo tão conflitante para mim. E ver esse cenário, aonde quer que eu vá, cinza e cheio de bolhas é angustiante e desolador.
Não disse coisa com coisa xD